domingo, 24 de janeiro de 2010

Valsinha



Era a noite da ansiedade.

Ele entrou pela porta e correu seus olhos de encontro aos olhos dela. Ela sorria com o coração e apenas esboçou um leve gesto de cumprimento.

O som da voz dele fazia com que os seus pés se encolhessem por de baixo da mesa e se agitassem. O sorriso macio e calmo dele abria nela as portas da imaginação. Os sonhos todos saltavam pelo brilho dos olhos dela.

Era a noite da ansiedade.

As mãos dele tocaram as dela. Trocaram algumas palavras que ela não lembra. Ela procurava nele os sons. Ele tocou. Ele tocou para ela todas as músicas que há tempos ela não ouvia.
Ela sorria e sentia. Ouvia e sorria.

Era a noite da alegria.

Eles se completaram de poesias no silêncio de um abraço infinito. E eles se gravaram pelos olhos um do outro e se entenderam com os dedos enlaçados. Despediram-se infinitamente da noite tranqüila e veloz.

O sino tocou.

Serão as noites da saudade.



Texto: Duane Valentim
Imagem: Noite estrelada - Van Gogh

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