sábado, 15 de junho de 2013

Dos meus gigantes, já não sei...




E ando, ando, no meio de tantas e tantas gentes. 
São olhos e olhos que se encontram. 
São cheiros e gostos. 
São corpos e rostos. 

A música que toca entre o céu negro e o chão escuro. 
Neste lugar e minuto me procuro com medo de me encontrar.
Me encontrar me perdendo nas escolhas erradas que não fiz.
No certo que não quis.
No silencio das notas que ouvi.
Nas mentiras que comprei.
Me encontrar no sorriso dolorido,
na fala assustada,
no medo dos pés parados e sozinhos em um canto.

Qualquer um notaria a poça d’água que pisava.
Meu rosto que brilhava.
A esperança que me dava.
A tristeza que me causava.
Qualquer um. 
Menos os meus gigantes que se afogaram nas águas que calei.



Texto: Duane Valentim
Imagem: Kandinsky