domingo, 25 de julho de 2010

Amanhecer


Acenderam as luzes da casa. Ouvi alguns passos lentos caminharem até a porta do quarto. Senti um cheiro conhecido tatear minha memória. Um gosto de saudade apertou a garganta e encheu meus olhos de água. Minhas mãos calaram. As poeiras do meu corpo correram para debaixo da cama. Era ele que chegava e a tanto o esperava.

Quando a porta do quarto se abriu, meus olhos grudaram aos dele. A respiração travou assim como os músculos sedentários da espera. Meus lábios tremiam na alegria nervosa. Ele disse algo que só meus olhos ouviram. As lembranças em mim dançavam. Ele voltou e a tanto o esperava.

Um sorriso trombou com uma lágrima saudosa que caia. Lembrei de toda poesia guardada. Lembrei da dor da ausência e apertei meus olhos a fim de apagar qualquer partida. E foi dentro de um abraço demorado que todo meu espaço de felicidade se enfeitou. A tanto eu o esperava. Como é bom saber que voltou!




Texto: Duane Valentim    (28/04/2010)

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