Ela tinha certeza que estava
feliz. Sentada ali no banco, olhando o nada e ouvindo o som do vento. Respirou
fundo. Como estou feliz! E essa certeza de dentro era enfraquecida por todas as
vozes que vinham de quem estava perto, de quem estava longe: Não, princesinha,
você ainda não está feliz. Não está completa. Te falta alguém. Alguém? Ela se
perguntava. Como alguém? Ela estava tão centrada no tudo que vivia, e feliz.
Saiu andando pelas ruas e sentindo o vento passando por dentro dos seus
cabelos. Como estou feliz! E essa certeza de dentro era logo afastada por todos
os pares de corpos que seus olhos esbarravam. Aquelas vozes todas na sua cabeça, gritando, repetindo, rodando, rodando, e
outra e outra vez e outra... e nessa tontura toda, quem lá é capaz de dizer que
está feliz? Ela diz. E anda, até de costas, se achar que isso a faz feliz.
Texto: Duane Valentim
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