quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A mesma noite de todas as outras noites



E começa mais uma das noites de olhos vermelhos pregados no teto do quarto. São as dores que ela inventa e que se despertam quando se quer dormir. Ela escuta um ou outro carro na rua ao lado do prédio e o vizinho do andar debaixo com suas cadeiras de ferro. Escuta sua respiração lenta e dolorida gritando do lado de dentro e se pergunta quantas vezes mais ainda terá que gritar em silencio pela dor daquilo que não há e nunca houve.

São os fios invisíveis que atravessam os nossos corpos e atingem a alma. Fios que ela não vê mas sente e mente pra si mesma que quer ser livre. Mente e sente pra si mesma a doçura e o amargo do inventado.

Fecha os olhos desbotados. 
A manhã trará mais invenções pra chorar.



Texto: Duane Valentim
Imagem: Modigliani

Nenhum comentário:

Postar um comentário