Como aqueles machucados que
aparecem em nossas mãos sem sabermos o momento certo em que fizemos, e que só
nos damos conta quando o sabão atravessa, vagarosamente, cada milimetrozinho do
corte.
Como quando nossos lábios
adormecem entre um copo e outro sem sabemos ao certo em qual dos copos perdemos
o sensível do tato, o doce do gosto, o andar das pálpebras.
Como quando, entre um pensamento
e outro, adormecemos em um pedaço da noite e acordamos crentes de ser noite
ainda. Mas não é.
Como quando fazemos do nosso dia,
noite. Da noite, os olhos no teto. Do teto, nosso infinito. Com fim.
Texto: Duane Valentim
Texto: Duane Valentim
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