domingo, 3 de março de 2013

Do que vejo e sinto, não sei nada



Dessas coisas que a gente não sabe muito bem o porquê sente. Parece estar tudo bem resolvido e racionalmente entendido, mas é um pedaço de vento bater mais forte na janela e pronto, está feito todo o tornado dentro da gente, e o que parecia estar preso, sai voando em nossa direção, nos da um golpe e nos coloca de cabeça mergulhada no travesseiro.
O incrível é a impossibilidade de calcular quantas vezes esse mesmo balançar das nossas certezas se repete. Pode trocar o personagem, mas o que vai do “ok, já sei muito bem como isso funciona”, passa para o “por que estou sentindo isso outra vez?”. E então, ficamos em silencio buscando alguma lembrança ou pista que nos traga de volta uma esperança, por mínima que seja, de que ainda temos alguma importância dentro de alguém. E no fundo, a gente sabe que o mesmo vento volta, só que com um pedaço cada vez menor da gente.


Texto: Duane Valentim
Imagem: x 

Um comentário:

  1. Que texto lindo Du! Dei de cara com ele aqui e me descreveu, ai cê é tão lindaaaaaa!! Amo, beijos.

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