sábado, 4 de maio de 2013

Dentro em Pausas




Meus olhos ficaram mudos. Passaram pelo chão, esbarraram dentro dos olhos dele, voltaram para o chão. Calaram.

O som do sorriso escondendo o silencio que vem de dentro. Meus cabelos tocaram meus lábios. Fechei os olhos e os abri lentamente: esperança do tudo em um novo formato. 

Olhos abertos e machucados. Mudos no infinito do tudo que não foi. Parados no instante do tato, do cheiro, do gosto. Palavras surdas deslizando no canto do ouvido. Respiro...

Dói. Respiro. Dói. Tempo que passa. Ele foi passando longe dos meus olhos. Olhos que não queriam ver. Lábios cheios, mas não dos meus. 

Silencio de tudo que grita de dentro. 
Pausadamente...


Texto: Duane Valentim
Fotografia: Elena Kalis


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