Anoiteceu dentro dos meus olhos,
de um escuro dessas noites em que a imaginação flutua pelas paredes do quarto,
na sempre dúvida da certeza daquilo que se faz. E não há certezas além do não - ver
que tateia, do sentir que me rodeia, do vazio que se repousa aos pés da cama.
Quisera eu que o copo estivesse completo de certezas e que cada gole diluísse as minhas mãos trêmulas e sedentas de repetir o instante de antes. Quisera eu cravar as unhas no escuro dos meus olhos e tirar de dentro as incertezas amanhecidas e acumuladas diariamente, todas as manhãs, das mãos solitárias e largadas na beirada da cama.
Acreditar não ter sonhado é o que me tira desse quarto flutuante.
Quisera eu que o copo estivesse completo de certezas e que cada gole diluísse as minhas mãos trêmulas e sedentas de repetir o instante de antes. Quisera eu cravar as unhas no escuro dos meus olhos e tirar de dentro as incertezas amanhecidas e acumuladas diariamente, todas as manhãs, das mãos solitárias e largadas na beirada da cama.
Acreditar não ter sonhado é o que me tira desse quarto flutuante.
Amanheceu.
Texto: Duane Valentim
Imagem: Edward Hopper - Morning Sun