sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sonante

E fica tudo câmera lenta. Ar preso dentro da barriga. Borboletas no estômago. O engraçado é que nem me lembro muito bem do cheio, do gosto, do dia... Dos olhos me lembro. Brilhavam pelos cantos, sem rumo, sem alvo, e paravam no chão.

E fica tudo congelado, guardado _ não sei bem onde _ e volta e me faz sorrir pelos cantos do quarto, faz os pensamentos dançarem no teto, o sono se deitar mais tarde.

E sei que quando os olhos de lá se silenciam, os daqui se enchem de alegria:

É ele que vem.



Texto: Duane Valentim

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