O mês começou com um espinho cravado no dedo e outro no coração. O desespero alimentava e as lágrimas matavam a sede. O rosto pálido, os lábios cortados, as unhas roídas. A cama era o palácio e o sono era quem adiava as dores.
Foi para a rua mudar a paisagem do quarto. Sentou-se no banco de uma praça solitária. Chorou mais um pouco para não perder o hábito. Desligou o volume da rua e concentrou-se no pior de si.
Olhou uma criança que passava: pés no chão, rosto sujo, roupa rasgada.
Foi a primeira vez que sentiu vergonha de seus problemas.
Texto: Duane Valentim
Você me faz chorar! Lindo! Parabéns!
ResponderExcluirBeijos Dani Parada