E somos todos montados de passados. Todos nós. São gotas e gotas de alegrias e chuvas e chuvas de agonias. Tudo passado e que carregamos todos os dias no espaço sem fim da memória.
Os passados todos juntos poderiam ser apenas passados, mas não. Trombamos com o passado na primeira esquina ao sair de casa, e ele, na certeza de te ver, faz que não vê. Coisas passadas e mal resolvidas. Coisas doídas e sofridas. Vida.
Mas ficamos aqui, prontos para a apresentação do circo. Prontos para fazer a platéia sorrir da nossa cara. Prontos para ver o circo levar os anos de apresentações, anos de solidão a dois. Prontos para sermos aplaudidos pelo ruído da voz que grita aqui dentro. Voz que chama, que é chamada. Voz que cansa e tem raiva. Voz que odeia a sensação do ridículo de se ver passar o passado, e ao passar, fazer não ver.
Continue andando e me deixe aqui. A platéia tem mais para rir. Ainda somos capazes de sorrir para a foto. Sorria! O passado não fica gravado na superfície da face, só nas profundezas das ironias.
Vá embora com o circo. Eu fico. Antes palhaça de mim.
Texto: Duane Valentim
Esse sim! Muito bom. Vigoroso!
ResponderExcluirTenho saudades, menina.
escrevi um comentário enorme e sumiu...
ResponderExcluirahuauhauhahu
fikei triste...
uhauauha
escrevo ele depois...
mas saiba que gostei muito...