E começa mais uma das noites de
olhos vermelhos pregados no teto do quarto. São as dores que ela inventa e que
se despertam quando se quer dormir. Ela escuta um ou outro carro na rua ao lado
do prédio e o vizinho do andar debaixo com suas cadeiras de ferro. Escuta sua
respiração lenta e dolorida gritando do lado de dentro e se pergunta quantas
vezes mais ainda terá que gritar em silencio pela dor daquilo que não há e
nunca houve.
São os fios invisíveis que atravessam os nossos corpos e atingem a alma. Fios que ela não vê mas sente e mente pra si mesma que quer ser livre. Mente e sente pra si mesma a doçura e o amargo do inventado.
Fecha os olhos desbotados.
São os fios invisíveis que atravessam os nossos corpos e atingem a alma. Fios que ela não vê mas sente e mente pra si mesma que quer ser livre. Mente e sente pra si mesma a doçura e o amargo do inventado.
Fecha os olhos desbotados.
A
manhã trará mais invenções pra chorar.
Texto: Duane Valentim
Imagem: Modigliani