Hoje ela se olhou pelo lado de
dentro. Viu todas as ilusões escorrerem de dentro dos seus olhos. E lá no fundo
é sempre a mesma história: imaginando sempre mais do que realmente é.
Imaginando sempre mais e sendo sempre menos. E é disso que ela gosta: inventar
o que se sente, fantasiar o que se quer. Ela começa, então, uma briga com os
olhos: eles não guardam as ilusões que rolam pelo rosto dela, e embora pese demais,
ela não quer se livrar do exagero de coisas que sente, do exagero de coisas que
o outro não sente.
Ouviu seus olhos calarem: mas e se os olhos dele nunca mais
voltarem?
Suas pernas bambearam. Não havia mais nada para escorrer de dentro
dos olhos dela, ou os olhos dela aprenderam a guardar as ilusões inventadas.
Hoje ela se olhou pelo lado de
dentro. Sentiu medo do tudo sente.
Texto: Duane Valentim
Tela: Mulher em Prantos, Pablo Picasso
:)
ResponderExcluirobrigada por ler, bruno!
ExcluirE essa é mais uma razão do porquê eu te amo.
ResponderExcluire eu tb te amo, querido juliano!!
ExcluirNossa, que lindo Tia Donani!
ResponderExcluirvc é que é linda, minha aluna querida!!!
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