E o que me corrói aqui dentro, não é essa sujeira toda que já me acostumei a ver, não é essa falta de caráter que transborda e nem essa dissimulação toda que ri de si própria.
O que me queima aqui dentro, não é o tempo gasto, o tempo não dormido, nem o tempo que deixei ir escorrendo entre os meus sonhos frustrados.
O que me corrói, o que queima, o que dói, é o queixo travado e os dentes apertados. O silenciar do grito de revolta.
E esse tempo todo, essa mentira toda. Os dedos corroídos, as pernas atrofiadas. Os olhos parados no teto, esse tempo todo. Esses dedos, essa mentira toda. O tempo parado no teto. Pernas mentirosas, olhos atrofiados nesse tempo todo no teto corroído. Mentiras atrofiadas, nesse tempo todo que corroeu.
Texto: Duane Valentim
Se eu tivesse um minimo dom de traduzir as batidas do meu coração ele diria exatamente isso.
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