Hora de despertar.
Os olhos se fecham doloridos e a cabeça acorda.
Os pensamentos voltam todos, mas o corpo se levanta.
Os olhos se fecham doloridos e a cabeça acorda.
Os pensamentos voltam todos, mas o corpo se levanta.
Hora de voltar.
As pernas caminham até o ponto de ônibus.
...
As pernas caminham até o ponto de ônibus.
...
Os olhos passam por tudo o que é fixo do lado de fora da janela.
Passam árvores e casas do lado direito.
A mão esquerda, teimosa, procura o corpo ao lado para repousar.
Corpo ali não há.
Passam árvores e casas do lado direito.
A mão esquerda, teimosa, procura o corpo ao lado para repousar.
Corpo ali não há.
Os dedos ficam gelados, os olhos molhados, a garganta se fecha, e mais uma lágrima corre em direção ao queixo.
A cabeça tomba no vidro e os olhos gritam.
A cabeça tomba no vidro e os olhos gritam.
E o ônibus segue: “por que tão rápido?”
E as pernas se encolhem contra o corpo: “cada qual com seu jeito de afastar a dor.”
E o ônibus para. As pernas descem.
O primeiro segue. A segunda, cala.
O primeiro segue. A segunda, cala.
Texto: Duane Valentim