quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Singela

O silenciar discreto no barulho alto daqui de dentro.
O calar a voz rouca que teima em sair.
O falar entre sorrisos a dor que quer existir.


Abrir os braços para seus passos,
meu sorriso para seu riso,
meu dançar para seu aproximar.


Luz do acaso amanhece na janela.
Mais uma noite se encerra.
A noite que foi só dela.



Texto: Duane Valentim

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Nossos Mares

Nossos mares possuem ondas que trazem para superfície areias que lá no fundo, dormindo estão.
As ondas voltam e vem e vão...

Nossas águas percorrem oceanos diversos. Nossos ventos nos levam a caminhos incertos. 
Estamos distantes, mas perto.

As chuvas e tempestades sempre foram mais intensas em minhas águas. Os barcos que por mim percorrem, com a esperança de alegrias encontrarem, sempre naufragam no rodamoinho mais próximo das terras da lembrança. 
E os barcos vão e vem e não voltam.


Nossos mares não se buscam, mas se encontram em territórios conhecidos de águas antigas que nos formou. Esses encontros são cheios de marés de sorrisos, de luas cheias e estrelas do sul. A noite corre e nossas correntezas nos devolvem a distâncias anteriores.

O tempo devolve a calmaria.
Novos barcos se aproximam.
Novos dias...

E de todos os vais-e-vens das ondas que trazemos, nossos mares sabem que é inevitável não nos transbordarmos.


Texto: Duane Valentim
Imagem: Elvio Santiago

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O malabarista

caminhando ao som do silêncio
sorrindo as cores do céu nublado
alongando as ferrugens do acaso.

dias que chegam e que se vão,
dias que não chegam e estão,
dias em vão.

traga outro copo:
seja bem vinda Felicidade!


Texto: Duane Valentim