E fica tudo câmera lenta. Ar preso dentro da barriga. Borboletas no estômago. O engraçado é que nem me lembro muito bem do cheio, do gosto, do dia... Dos olhos me lembro. Brilhavam pelos cantos, sem rumo, sem alvo, e paravam no chão.
E fica tudo congelado, guardado _ não sei bem onde _ e volta e me faz sorrir pelos cantos do quarto, faz os pensamentos dançarem no teto, o sono se deitar mais tarde.
E sei que quando os olhos de lá se silenciam, os daqui se enchem de alegria:
É ele que vem.
Texto: Duane Valentim