domingo, 21 de junho de 2009
Quadro Azul
...eu olhava o quadro na parede e o achava azul demais.
Olhava para mim, toda desbotada, envelhecida pelas queimaduras do sol, vindas da abertura da janela marrom, dos dias mais amarelos.
Olhava todos os lados e não sentia nada. Não encontrava uma forma de compactuar o ambiente a minha forma disforme.
O quadro azul na parede me olhava com todos os seus sinais místicos, encantados que já não sabia mais se era eu olhando o quadro, se o azul me olhando, se eu olhando o azul.
Ficamos naquela difusão que passava ora intensa, ora sublime, ora incandescente...
Não saberei dizer ao certo se eu me entreguei ao azul do quadro ou se foi o quadro, com sua moldura transcendente, que se entregou a mim.
Retirei o quadro da parede e andei com ele pela casa toda, como consumindo cada espaço que nos estranhava. Como se a cada segundo perdêssemos os múltiplos de todos os outros.
Passado o transe, voltei o quadro à parede e o aceitei em harmonia com os demais objetos de minha sala. Conformei-me, cause you are the problem!
Duane Valentim
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baby .... é muito isso mesmo!!!!
ResponderExcluiré vc ...é Clarice ....